AMOR NO UNIVERSO

Quando o ser tornar-se o verdadeiro AMOR a tudo e a todos, estaremos realmente realizados!

26 de out. de 2010

Glênio Fagundes


 Glênio Fagundes (pai, mestre e amigo)

" Sei que a vertente 
não traz em si intensão de sanga
muitos menos pretenção de rio! 
Mas creio ...
que na constância de nascer vertente, 
se torna no tempo em semente de sanga,
na infância do rio!"

Mokiti Okada ensinamento do Bem e do Mal

O BEM E O MAL

O mundo apresenta um aspecto multiforme, com a mescla do bem e do mal. Tragédia e comédia, desgraça e felicidade, guerra e paz, tudo é impulsionado pelo bem ou pelo mal. Há homens bons e homens maus. Precisamos, portanto, ser esclarecidos sobre a existência de uma causa básica, determinante desses dois elementos. No momento, parece-me indispensável conhecê-la, e por isso desejo explicá-la.
Por uma inclinação normal, o homem odeia o mal e procura o bem. Com raras exceções, tanto os governos, como a sociedade ou a família, amam o bem, porque sabem que o mal não gera paz ou felicidade.
Há dois pontos a salientar na definição do bem e do mal. “Homem bom é aquele que crê no invisível; mau é o que não crê.” O primeiro crê em Deus: é espiritualista; o segundo, pelo fato de não O ver, não crê: é materialista.
A boa ação parte do amor, da compaixão ou da justiça social, isto é, do amor à humanidade. Há pessoas que praticam o bem por saberem que a boa ação produz bom fruto, e a má ação, mau fruto. Outras socorrem o próximo impelidas pela compaixão. Os quatro princípios do budismo – evitar o desperdício, ser moderado, fazer economia e tudo poupar – são práticas do bem. O desejo de ser simpático, gentil, fiel à profissão, almejar o benefício e a felicidade do próximo, render graças, manifestar gratidão e esforçar-se no sentido de agradar a Deus, também são práticas do bem. Ainda existem várias outras práticas, mas creio que essas sejam as mais comuns.
A má ação, produto do pensamento destrutivo fechado à existência Divina, justifica o delito, contanto que se consiga ludibriar os outros. Então, a fraude é praticada como ação perfeitamente normal; torturam-se inocentes, não importando se isso desgraça os homens e a sociedade, e chega-se até ao cúmulo da prática do homicídio.
A guerra é um homicídio coletivo. Desde a antigüidade, os ho¬mens considerados heróis provocaram guerras para conseguir poderes e satisfazer desatinadas ambições. Diz um provér¬bio: “O vitorioso domina o mundo, mas este o subjuga quando read¬quire seu equilíbrio.” A História nos mostra o fim, quase sem¬pre trágico, desses “heróis” que brilharam apenas tempora¬riamente, como conseqüência natural do mal que cometeram.
Se fosse certo o conceito popular de que “não importa enganar, contanto que não se seja descoberto”, seria até mais vantajoso e inteligente praticar toda espécie de maldades e viver luxuosamente.
O mal surge, ainda, da crença de que, após a morte, o homem retorna ao Nada; é a negação da vida após a morte, isto é, da vida no Mundo Espiritual.
Embora a sorte o favoreça durante algum tempo, a realidade evidente é que o faltoso está fadado à ruína. Aquele que comete delitos vive inquieto e atormentado pelo receio de ser preso. Sob a tortura da sua consciência acusadora, é induzido ao arrependimento, sendo freqüente o caso de criminosos que se entregam ou se alegram em cumprir a pena, porque assim adquirem tranqüilidade. Isto significa que sua alma, através do elo espiritual, está sendo censurada por Deus, seu Criador. Portanto, ao praticar o mal, mesmo que consiga enganar os outros, a pessoa não pode enganar a si mesma e muito menos a Deus Onisciente, ao qual todo homem está ligado por um elo espiritual. Por essa razão, jamais o crime compensa.

ENSINAMENTOS DE MEISHU-SAMA - DAIJO, SHOJO, IZUNOME

DAIJO, SHOJO, IZUNOME

“Daijo” ilustra o aspecto horizontal da vida; “Shojo”, o vertical. A atividade de “Daijo” é semelhante à da água, que se estende perpetuamente em nível horizontal. “Shojo” é a atividade do fogo. Restrito, queima em profundidade e dirige suas chamas para o alto; une o homem a Deus. “Daijo” une irmão com irmão.
O princípio de “Shojo” é estrito e intransigente. A vida das pessoas com temperamento “Shojo” é regida por padrões freqüentemente rígidos e restritos. O indivíduo “Shojo” tende a ser mais crítico do que os outros e a classificar as coisas como “boas” ou “más”.
Os indivíduos de temperamento “Daijo” são geralmente liberais e estão sempre dispostos a mudar. Por outro lado, podem tender a um liberalismo excessivo, faltando-lhes uma orientação espiritualmente profunda.
Izunome simboliza a cruz equilibrada, indicando a perfeita harmonia entre os princípios horizontal e vertical.
Até agora, o Leste se manteve no nível vertical e o Oeste no nível horizontal. Durante a Era da Noite, foi assim que a Providência Divina estabeleceu o plano espiritual.
Os povos orientais mostram-se mais inclinados a reverenciar o culto aos ancestrais, a virtude da lealdade e a piedade filial. Por isso, mantêm um estrito sistema hierárquico.
No Oeste, enfatiza-se a afeição entre marido e mulher, expandindo o amor ao próximo e a toda a humanidade.
O Cristianismo é “Daijo” e, assim, difundiu-se pelo mundo inteiro. Nele se acentua a importância do amor fraterno, atividade em nível horizontal.
O Budismo é “Shojo”; sua essência fica restrita a grupos específicos. Acentua-se a importância da meditação, com o fim de alcançar a sabedoria e a auto-realização. Essa atividade é vertical — profunda e dirigida para o alto — e induz seus discípulos a viverem retirados do mundo.
Como o Leste representa o nível vertical e o Oeste o nível horizontal, há muito pouca compreensão entre ambos, o que freqüentemente tem dado margem a conflitos.
É chegado, contudo, o momento de os princípios vertical e horizontal se harmonizarem para formar a cruz equilibrada — Izunome. O resultado será uma feliz união das civilizações oriental e ocidental. Só então a humanidade poderá viver o Paraíso na Terra. A Igreja Messiânica Mundial nos dá a consciência de que esse Paraíso pode tornar-se uma realidade através da Luz de Deus.
Devemos ser flexíveis e agir de acordo com as situações, ora aderindo ao princípio de “Shojo”, ora aplicando o método “Daijo”, mas sempre voltando ao ponto central, Izunome. “Daijo” é abrangente incluindo tudo, inclui também “Shojo”. De modo geral, é bom agir conforme as circunstâncias, mas nunca esquecendo o princípio sobre o qual baseamos a nossa ação. Mesmo tendo “Shojo” como princípio orientador, convém agir à maneira “Daijo”.
Não obstante, seria perigoso empregarmos somente “Daijo”. Os jovens, especialmente, poderiam tender a uma demasiada auto-indulgência. “Shojo” estabelece o princípio vertical, no qual tudo deve ser baseado, antes de adotar o princípio “Daijo”, de expansão horizontal. Assim, pode-se atingir o perfeito equilíbrio entre ambos, ou seja a cruz equilibrada Izunome.